Meu Vinho, Meu Pão, Minha Fé

Salve São Jorge!

“Meu Vinho, Meu Pão, Minha Fé”, a mais recente obra de Pablo Souza, imerge nos domínios sagrados do sincretismo religioso brasileiro, homenageando São Jorge e Ogum. A música, enraizada na rica tapeçaria cultural do Brasil, explora o sincretismo que mistura elementos do cristianismo e do candomblé, e sobretudo, traduz a dualidade espiritual vivida por muitos brasileiros.

A composição foi inspirada e iniciada por Emerson Urso, que enviou a Pablo Souza o embrião do que viria a se tornar um belo samba, mas um retrato musical da fé multifacetada do povo brasileiro. A música evoca a jornada de um devoto no dia 23 de abril, que em resumo transita entre a igreja pela manhã e o terreiro à noite, simbolizando a fusão entre as práticas religiosas que se estabeleceram desde os tempos da escravidão no Brasil.

Pedrinho Sem Braço nos arranjos e produção

Musicalmente, “Meu Vinho, Meu Pão, Minha Fé” é enriquecido com a tradicional batida do samba, porém entrelaçada com melodias que refletem a solenidade e a reverência de suas temáticas. Os arranjos de Pedrinho sem Braço são de fato, uma peça chave na produção, proporcionando uma sonoridade que captura tanto a alma do samba quanto a profundidade espiritual do tema. A instrumentação é habilmente composta para complementar a narrativa, com o cavaquinho e o pandeiro destacando-se, sustentando o ritmo que é essencialmente brasileiro.

Liricamente, a música é um poderoso testemunho da fé persistente e adaptável, certamente a letra “meu vinho, meu pão, minha fé” não é apenas uma representação de elementos sacramentais; são símbolos de sustento espiritual, representando o alimento para o corpo e para a alma. Esta escolha de palavras não apenas reflete a devoção, na verdade pontua a intensidade do compromisso dos fiéis para com suas crenças.

O vídeo musical, disponível no YouTube, apresenta imagens que complementam a mensagem da canção, ilustrando visualmente a narrativa de fé e sincretismo. As cenas alternam entre ícones religiosos e rituais afro-brasileiros, proporcionando uma rica experiência sensorial que enfatiza a universalidade e a complexidade do tema.

Em suma, “Meu Vinho, Meu Pão, Minha Fé” é uma expressão sublime da identidade cultural brasileira, destacando o papel de São Jorge como um símbolo de resistência e proteção. É uma adição valiosa ao repertório de Pablo Souza e um lembrete eloquente da interconexão entre fé, cultura e identidade.

Meu vinho, meu pão, meu axé.

Pablo Souza – Emerson Urso

Não tenho medo de nada,
Pois tenho meu protetor,
Onde ele impõe sua espada,
Um vento encorajador,
Vem alinhar meu caminho,
E comprovar meu axé,
Eu nunca me sinto sozinho
São Jorge é meu vinho, meu pão, minha fé

Papai,
Me levava em Quintino
“Inda” era pequenino, era lindo de olhar
A multidão que cantava
E se emocionava com a procissão
Gente de todos os cantos
Dominando esse dragão
São Jorge, óh Jorge,
Nos livre, do mal
Que eu, vou seguindo vida a fora
Com toda essa paz que aflora,
Ao tirar sua espada do bornal

Eu vou,
No dia 23 de abril eu vou lá
eu vou,
No dia 23 de abril

Depois,
Desse culto à nossa fé
Ia ouvir no candomblé, o atabaque a ressoar
O toque de lindas cantigas
Antigas e cheias de emoção
De repente vem um grito
É Ogum riscando o chão
Ogum, agô
Nos livre, do horror
Que eu, incorporo seu axé
Vem Maria, vem José
Receber todo esse amor

Eu vou…

Ouça todas as músicas de Pablo Souza no Spotify, Deezer, Youtube, Apple Music e Amazon Music.

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